Dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (Cnes) mostram que, de 71 hospitais públicos do Amazonas, 32 foram cadastrados no sistema do Ministério da Saúde na gestão do então governador, sendo 28 deles, em 2003, início do primeiro mandato do político como chefe do Executivo, o que indica que parte das obras não foram iniciadas por ele.
Eduardo é candidato ao Governo do Amazonas e concorrerá, no segundo turno, com o atual governador e candidato à reeleição, Wilson Lima. Em sua campanha para a TV, Braga afirma que ter construído 42 hospitais no Estado quando era governador. Ele ficou no poder de janeiro de 2003 a março de 2010. Mas, informações do CNES mostram que grande parte dos hospitais foi inserida no sistema entre 2001 e 2002, o que impediria que as obras tivessem ocorrido depois desse período.
Outras, cujas estruturas são amplas, como o Hospital e Pronto Socorro João Lúcio, na zona Leste, foram inclusas no CNES em agosto de 2003, mas a obra teve início anos antes . O HPS passou por ampliação tanto na gestão de Braga, quanto na de Wilson Lima.
Outro dado curioso disponível no CNES é que, a última unidade desse porte inserida no sistema, na gestão de Eduardo Braga, foi o HPS Platão Araújo, em 2006, último ano do primeiro mandato do candidato. Nós quatro anos seguintes, não há novos hospitais inclusos no Cadastro. Apesar disso, Braga acusa Wilson Lima de ter ficado quatro anos sem construir hospitais.
No caso de Lima, apesar de não terem sido inaugurados hospitais físicos, houve um aumento de 631 leitos, entre 2019 e 2022, elevando a capacidade de respostas de várias unidades de saúde, como é o caso do HPS Delpina Aziz, que foi referenciado para o atendimento das vítimas da Covid-19 durante os picos da pandemia no Estado.
Os dados sobre os leitos também constam no CNES é são abertos para pesquisa. O número de novos leitos abertos nos últimos quatro anos no Amazonas representam a capacidade de quase dois Hospitais 28 de Agosto (o HPS conta com 389 leitos atualmente).
Entre os leitos abertos, estão 31 de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em três municípios do interior, medida inédita, já que, durante os governos anteriores, incluindo o de Braga, não houve implantação de UTI fora de Manaus.