Silas Malafaia acusa mulheres de mentirem sobre estupros para passarem por aborto

O pastor evangélico Silas Malafaia gerou uma onda de críticas ao afirmar, sem provas, em um vídeo no YouTube, que algumas mulheres mentem sobre terem sido estupradas para justificar a realização de abortos. A declaração repercutiu nas redes sociais e na mídia, suscitando uma forte reação de diversos setores da sociedade. 

O comentário foi feito durante críticas a políticos de esquerda que não apoiam o PL 1904, que tramita na Câmara dos Deputados, e que equipara o aborto ao crime de homicídio. A matéria é conhecida popularmente como PL do estupro.  Silas chamou de “safadeza” a postura dos que se opõem ao projeto.

Grupos de defesa dos direitos das mulheres, ativistas e especialistas em violência sexual se manifestaram contra as falas do pastor Malafaia, classificando-as como irresponsáveis e desrespeitosas. Eles argumentam que tais declarações podem agravar ainda mais o estigma enfrentado por sobreviventes de estupro e dificultar o acesso dessas mulheres a cuidados médicos e apoio psicológico.

Para alguns especialistas no tema, afirmar de forma leviana que mulheres se aproveitam de um direito legal , mentindo, é algo extremamente perigoso e sem fundamento. Além disso, afeta a credibilidade de vítimas desse tipo de violência, aumentando a vulnerabilidades desse grupo. 

A violência sexual tem sido colocada num patamar de epidemia, com números alarmantes, que só aumentam com o passar dos anos, afetando, especialmente, meninas de 0 a 14 anos , as principais vítimas, conforme o Atlas da Violência, divulgado esta semana. 

A repercussão negativa destaca a sensibilidade do tema e a necessidade de debates mais informados e empáticos. Alguns setores afirmam que a questão do aborto e das vítimas de violência sexual requer uma abordagem baseada em dados concretos e respeito às experiências das mulheres, evitando generalizações prejudiciais que podem ter consequências graves para a saúde e o bem-estar das vítimas.

O PL 1904 seria votado em regime de urgência, mas, após uma onda de protestos em vários estados, o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, recuou. Uma comissão foi criada para analisar o texto antes da votação em plenário, que está prevista para o segundo semestre. 

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