Dez dias após o desabamento da ponte sobre o rio Curuçá, na BR-319 (Amazonas/Rondônia), nas proximidades de Careiro Castanho (AM), que deixou cinco mortos, uma segunda ponta, agora sobre o rio Autaz Mirim, no quilômetro 25 da mesma rodovia, colapsou, no último sábado, tornando ainda mais crítico o isolamento de Amazonas e Roraima, ambos estados da Amazônia Legal, do restante do País. Sem as pontes, os estados ficam sem acesso, por via terrestre, a outras regiões.
Segundo o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), órgão do Governo Federal, a ponte havia sido interditada pela Superintendência Regional do Dnit no Amazonas, por estar com estrutura comprometida, o que foi constatado em inspeção técnica. As causas do colapso estão sendo investigadas pela autarquia. Não houve vítimas.
“Medidas efetivas para restabelecer o tráfego de veículos e a passagem de pedestres na localidade, de maneira emergencial, estão sendo estudadas. Em paralelo, os técnicos do DNIT trabalham no projeto para construção de uma nova ponte. O DNIT também monitora situação das demais estruturas existentes na rodovia”, informou o Departamento em nota.
Já sobre a ponte que desabou no final de setembro, o Dnit informou, há alguns dias, que ela será substituída por uma estrutura metálica, que será instalada com o apoio do Exército Brasileiro. O trecho continua interditado. A travessia é feita por balsas e paga pelos proprietários dos veículos, apesar de se tratar de uma estrada federal e, portanto, de competência do Governo Federal. A última vítima do acidente continua desaparecida.
A BR-319 tem sido tema permanente de debates entre autoridades e ambientalistas, já que encontra-se com o trecho central praticamente intransitável há mais de 20 anos, dificultando o transporte e escoamento de produtos do Amazonas e de Roraima. Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a recuperação do trecho, mesmo sem a conclusão de estudos como o EIA-RIMA, que apontam os prováveis impactos ambientais na região com a reabertura da estrada, construída em 1976. A decisão gerou reações de entidades ligadas ao meio ambiente.