A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quarta-feira, 20, a operação Uiara 3, com foco no combate ao garimpo ilegal em Jutaí, município a 749 quilômetros de Manaus, no Amazonas. O prefeito da cidade, Pedro Macário Barbosa, é acusado de chefiar uma quadrilha que cobrava propina para fazer ‘vista grossa’ sobre a extração ilegal de ouro na localidade. Ele, três secretários, um assessor e um empresário, foram alvo da operação.
O prefeito, secretários e funcionários envolvidos, são acusados de corrupção ativa, passiva e crimes ambientais e tiveram o afastamento dos cargos decretado pela Justiça. A expectativa é que isso ocorra ainda hoje, a partir da Câmara Municipal da cidade. A irmã do prefeito foi presa em flagrante na casa dela, portando uma quantidade ilegal de ouro. Já o prefeito, foi preso ano passado, escondendo ouro em casa.
Dez mandados de busca e apreensão e dez medidas cautelares foram cumpridos em Jutaí e em Manaus. Os policiais federais fizeram busca e apreensão em vários imóveis, incluindo a casa que o prefeito do município no interior, mantém em Manaus.
Segundo informações da polícia, funcionários de postos de gasolina também recebiam propina para ignorar a atividade ilegal, que acontecia livremente. Durante a abordagem policial, os agentes localizaram uma balsa utilizada na extração ilegal de ouro, sendo construída a menos de 20 metros da Prefeitura de Jutaí.
O prefeito não foi localizado durante a operação. As investigações foram iniciadas em 2019, após a prisão de um garimpeiro na região.
O garimpo ilegal na Amazônia tem invadido as manchetes nacionais e internacionais nos últimos meses. Além do Amazonas, Roraima e o Pará, todos estados no Norte do País, têm registrado a presença de garimpeiros ilegais, inclusive em áreas indígenas causando danos ao meio ambiente e aos povos tradicionais. Apesar da fragilidade das fiscalizações, consideradas insuficientes, o combate tem sido feito pela PF, com o suporte do IBAMA e demais órgãos ambientais.