Uma pesquisa revelou que mais da metade da extração madeireira não autorizada em Roraima está localizada em áreas de assentamento rural. Os dados foram divulgados esta semana, pela Rede Simex, integrada por quatro instituições ambientais: Imazon, Idesam, Imaflora e ICV.
O levantamento, que analisou o período de agosto de 2020 e julho de 2021, mostrou que 1.258 hectares de floresta tiveram exploração de madeira no estado. Desse total, 761 hectares (60%) foram explorados de forma autorizada pelos órgãos ambientais, enquanto a extração ilegal afetou 497 hectares (40%). Além disso, mais da metade dessa atividade não autorizada ocorreu dentro de assentamentos: 290 hectares (58%).
O mapeamento da exploração madeireira em Roraima foi baseado em imagens de satélite, que foram cruzadas com dados públicos das autorizações para a atividade emitidas pelos órgãos ambientais.
De acordo com pesquisadores do Idesam, responsáveis pelo estudo, essa extração em assentamentos rurais é comum no país. ‘Estudos recentes sobre assentamentos mostram que os moradores desses territórios convivem com a falta de acesso a serviços básicos, dificuldade de obtenção de crédito rural e pouca oferta de assistência técnica, o que dificulta o seu desenvolvimento sustentável. É preciso investir em projetos que incentivem o manejo florestal nos assentamentos”, afirmam os pesquisadores do Idesam.
Os pesquisadores ressaltam ainda que a extração ilegal de madeira traz consequências socioambientais negativas, como a perda de serviços ecossistêmicos e da biodiversidade, com a degradação florestal. Além disso, também pode estar relacionada com o crime de evasão de divisas, entre outros.
Mapa da exploração madeireira ilegal
De acordo com a pesquisa, a segunda maior parte da exploração ilegal de madeira em Roraima ocorreu em imóveis rurais privados (39,8%), seguida de vazios cartográficos (1,3%) e de terras não destinadas (0,6%). Os municípios de Rorainopólis, Caracaraí e São Luiz são os campeões da atividade ilegal, sendo Rorainopólis responsável por 54% de toda a extração não autorizada de madeira no estado.
Os assentamentos mais explorados de forma ilegal foram o projeto de assentamento dirigido (PAD) Anauá, com 275 hectares explorados, e o projeto de assentamento (PA) Ladeirão, com 15 hectares atingidos pela atividade.
*Com informações da Assessoria