A saga para Bola voltar a rir vai ser exibida neste domingo (24/11), na programação da 10ª edição do Amazônia (Fi)Doc – Festival Pan-Amazônico de Cinema, em Belém. O filme curta-metragem do diretor e roteirista Diego Bauer, “Ri, Bola”, participa da mostra competitiva, no Cine Líbero Luxardo, com entrada gratuita. A classificação é livre.
Com base numa história real, o filme, rodado pela Artrupe Produções em 2022, destaca a amizade entre Felipe Maya Jatobá, o Bola, que sempre foi reconhecido por sua risada peculiar, e César Nogueira, responsável por publicar a gargalhada do amigo nas redes sociais. Um trauma causado pela pandemia da Covid-19 fez o protagonista perder sua característica enquanto César assumiu a missão de fazê-lo rir novamente.
“Quando a história surgiu, foi muito inusitado e, ao mesmo tempo, muito desafiador para mim, criar um filme que flerta com a comédia e com o documentário”, afirma Diego Bauer.
Antes de chegar ao Pará, “Ri Bola” participou, em setembro deste ano, do Festival de Cinema da Amazônia – Olhar do Norte, no Amazonas, do CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte, em Minas Gerais, e ficou disponível na plataforma Itaú Cultural Play.
“É sempre uma experiência muito gratificante. Fazemos filme para ser visto, para circular e, de preferência, no maior número possível de lugares. Isso tem um efeito ainda mais especial quando se trata de um projeto tão pessoal quanto o ‘Ri, Bola’, em que o estilo do filme, as ideias, o filme em si, são coisas assim, muito dentro de vontades minhas de experimentar uma linguagem de cinema”, comenta o diretor.
Diego Bauer pontua que ainda não tinha trabalhado dessa forma, apostando muito em questões pessoais, como a relação dele com Bola e César. Ele ressalta que se trata de um projeto que teve uma liberdade muito grande e, por conta disso, não seguiu padrões estabelecidos, nem se trata de um filme convencional, que tornaria fácil de ser enquadrado em outros festivais.
“Tudo isso soma um efeito muito especial para mim. Eu gosto muito do ‘Ri, Bola’ e tem um sabor especial ver esse filme circulando, ainda mais na região Norte, significa muito. É sempre muito gratificante”, completa o roteirista.
No elenco, com Felipe Maya Jatobá e César Nogueira, estão Wermon Stattos, Isabela Catão, Daniel Ferrat, Robson Ney e Andreza Afroamazônica. Diego Bauer assina roteiro, produção e direção.
“Ri, Bola” tem Karol Medeiros e Italo Almeida na produção, André Cunha na direção de fotografia, Eduardo Resing na montagem, Taiara Guedes no som direto, Lucas Coelho na edição e mixagem de som e João Gabriel Riveres na cor.
Amazônia (FI)Doc
O festival Amazônia (FI)Doc propõe um recorte curatorial e geopolítico que contempla os nove países da Pan-Amazônia (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa), nos formatos curta, média e longa-metragem, nos gêneros documentário, animação e ficção, além de videoclipes e videoarte.
Para Manoel Leite, coordenador-geral do Amazônia (FI)Doc, a proposta de conceber um festival pan-amazônico pressupõe integração e reconhecimento. Ele explica que o evento começou com documentários, mas, em 2023, assume a ficção e muda o nome de Amazônia Doc para Amazônia (FI)Doc, a fim de reconhecer que existe uma Amazônia que não é definida por questões geopolíticas, mas que envolve partes desses países como um todo.
“É muito feliz perceber a produção do Amazonas amadurecendo, tudo isso é refletido nos filmes que aparecem no festival, tanto na curadoria, que é uma etapa mais restrita, mas onde a gente consegue ter uma visão mais global da produção, como na etapa competitiva”, destaca Manoel Leite.
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“É uma rivalidade boa entre os estados da Amazônia, produzindo cinema de uma maneira amazônica, contando as histórias da nossa região através da nossa própria voz, produzida pela nossa própria indústria, pelos nossos próprios profissionais. Essa é uma das coisas que nos deixa felizes de realizar esse festival, é ver o cinema amazônico crescer como um todo e se transformar numa potência”, reforça o coordenador-geral.
Com financiamento da Lei Paulo Gustavo e da Lei Rouanet, a décima edição do Amazônia (FI)Doc – Festival Pan-Amazônico de Cinema retrata realidades e evidencia o protagonismo da produção cinematográfica amazônida.
Perfil
Diego Bauer, ator, curador e produtor cultural do Festival Olhar do Norte, faz parte da equipe da Artrupe Produções. Em mais de dez anos de carreira, seus filmes tiveram participações em Tehran International Short Film Festival, Festival de Brasília, Mostra de Tiradentes, Cine PE, Panorama Internacional Coisa de Cinema, Festival de Vitória, Goiânia Mostra Curtas, Curta Cinema, Lobo Fest, Festival Guarnicê, Canal Brasil, entre outros.
O diretor ganhou prêmio de Melhor Filme do 3º FESTCimm, com “Enterrado no Quintal”, Melhor Ator no Maranhão Na Tela 2018 e Melhor Som na II Mostra Internacional de São Luís, com “Obeso Mórbido”, além de Menção honrosa de Direção no Festival Audiovisual de Belém – FAB 2016, com “O Tempo Passa”.
Diego Bauer foi produtor de elenco assistente de “O Outro Lado do Céu”, de Gabriel Mascaro, e 3º assistente de direção de “A Febre”, de Maya Da-rin. Ele atuou em seis espetáculos de teatro, com apresentações em Manaus, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
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