Manaus, 29 de março de 2024

Estudo aponta presença de mercúrio em peixes consumidos em seis estados da Amazônia; Roraima apresentou o maior percentual

Uma nota técnica publicada nesta terça-feira, 30, fruto de um estudo conjunto, apontou a contaminação por mercúrio, de peixes consumidos em seis estados da Amazônia: Amazonas, Roraima, Acre, Amapá, Pará e Rondônia. Desses, o maior percentual de contaminação identificado foi em Roraima, estado que sofre com o garimpo ilegal para a extração de ouro. A atividade utiliza o mercúrio em grande quantidade e provoca a contaminação das águas dos rios, levando a prejuízos ambientais incalculáveis. Lá, a média de peixes contaminados, adquiridos em estabelecimentos comerciais para estudo, chegou a 40%.

O estudo, publicado de forma inédita, foi feito por pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz), da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Greenpeace, Iepé, Instituto Socioambiental e WWF-Brasil. Foram analisadas 80 espécies de peixes nas capitais e em 11 municípios do interior.

Na análise geral, 21% do pescado estudado continham contaminação por mercúrio acima da média aceitável para consumo, que atualmente, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), é de até 5 microgramas por grama.

As médias de contaminações nos peixes analisados por estado, foram as seguintes: depois de Roraima, estão o Acre, com 35,90%; Rondônia, com 26,10%; Amazonas, com 22,50%; Pará, com 15,80%; Amapá, com 11,40%.

A nota técnica aponta, ainda, que no caso do Amazonas, há municípios em que as médias de contaminação foram superiores à média geral de Roraima. É o caso de Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira, que chegaram a 50% de contaminação nas análises. Já em Maraã, o percentual de contaminação foi considerado baixo: 2%.

O consumo de pescado contaminado por mercúrio pode causar graves problemas à saúde, especialmente, em grávidas e crianças. Entre as alterações relacionadas ao consumo, estão doenças neurológicas, renais e respiratórias.

Como culturalmente, no Norte, o peixe é um dos alimentos mais consumidos pela população, o estudo acende um alerta sobre a necessidade de se intensificar o combate ao garimpo ilegal, uma vez que mostra que regiões com maior concentração da atividade, tem maiores percentuais de contaminação, como é o caso de Roraima.

Lá, uma força tarefa do Governo Federal, atua na retirada de garimpeiros, desde o início do ano, destruindo equipamentos e resgatando indígenas, que tem desenvolvido inúmeras doenças, por consequência do garimpo. Entre elas, desnutrição, malária, etc.

Compartilhe

Postagens Relacionadas

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais lidos

Assine nossa Newsletter

Receba as últimas notícias diretamente no seu e-mail. Não fazemos Spam
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
error: Conteúdo Protegido !!