O prefeito de Manaus e candidato à reeleição, David Almeida (Avante), virou alvo de investigação do MP-AM (Ministério Público do Amazonas), por conduta vedada e abuso de poder político no período de pré-campanha eleitoral.
O procedimento preparatório, que precedo o inquérito civil, foi instaurado pelo órgão de fiscalização para apurar “notícia de possíveis irregularidades eleitorais” praticadas por ele e pelo secretário Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários, a partir da realização de inscrições de famílias interessadas em obter lotes no bairro planejado Nova Manaus.
A investigação foi instaurada oficialmente a partir da portaria º 0001/2024/MPE/31ªZE, publicada no diário oficial do MP-AM, e assinada pelo promotor eleitoral Hilton Serra Viana, em 18 de outubro. Ele responde pela 31 Zona Eleitoral em Manaus e Careiro da Várzea.
Jesus Alves dos Santos, secretário de Habitação de Manaus, e David Almeida, investigados no processo, têm dez dias, a contar da notificação, para encaminhar ao MP-AM, “informações quanto ao teor da referida Representação, especialmente no que diz respeito ao suposto cadastramento de famílias para a obtenção de lotes no novo bairro planejado da capital – Nova Manaus, às vésperas do
pleito eleitoral”.
O MP-AM também quer saber se o cadastramento chegou a ser feito para famílias beneficiadas, a identificação dos nomes cadastrados, se houve autorização da Câmara Municipal de Manaus (CMM), entre outros detalhes.
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O bairro planejado Nova Manaus foi anunciado pelo prefeito David Almeida, no dia 15 de maio, durante entrevista a uma emissora de TV de Manaus. À época, a informação era de que o projeto contemplaria 15 mil famílias da zona Norte de Manaus.
David Almeida destacou que o bairro seria construído em uma área desapropriada na região do Monte Horebe, com três mil lotes. O empreendimento, de acordo com o prefeito, receberia verba de emenda parlamentar do senador Eduardo Braga (MDB), apoiador de David na campanha à reeleição deste ano.
O Amazônia Plural solicitou um posicionamento à Prefeitura de Manaus, através da Semcom (Secretaria Municipal de Comunicação), e aguarda retorno.
Veja a publicação do MP-AM na íntegra
