*Da Redação
O ex-governador do Amazonas, Amazonino Mendes (Cidadania), deixou R$ 52,9 milhões em restos a pagar relativos ao exercício de 2018, último ano de seu mandato tampão, para seu sucessor, Wilson Lima (União Brasil). O valor, relativo a serviços executados e não pagos, seria suficiente, por exemplo, para manter, por um ano, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam), que registrou R$ 51 milhões em gastos naquele período; ou ainda, para bancar, por 12 meses, o maior pronto-socorro de Manaus: O Hospital João Lúcio, na zona Leste, que consumiu, à época, R$ 44,37 milhões.
Dados do portal da Transparência também apontam que os pagamentos realizados naquele ano, para o funcionamento da máquina pública, somaram R$15,94 bilhões, o equivalente a 90% dos R$ 17,9 bilhões arrecadados pelo Executivo. Os R$15,94 bilhões pagos são fruto da soma dos pagamentos de contratos executados em 2018 e de pagamentos de dívidas de exercício anterior.
No caso dos restos a pagar, a maior parte dos R$ 52,96 milhões, cerca de R$48,12 milhões, foram registrados na pasta da Educação, ou, mais de 90%, segundo o Transparência. Eles incluem serviços de conservação e limpeza, seleção e treinamento, informática, obras de reforma e ampliação, consultoria e projetos, transporte e logística, e até serviços essenciais, como uma energia elétrica, já que R$ 11,9 milhões ficaram pendentes junto à Amazonas Energia, concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica.
Também deixaram de ser pagos R$ 1,52,8 milhões à Bringel Medical Distribuidora de Medicamentos, por contratos voltados à prestação de serviços odontológicos em unidades móveis e consultórios instalados nos Centros Estaduais de Tempo Integral – CETI´s. O grupo Bringel foi investigado no âmbito da operação Maus Caminhos, que levou à prisão de um grupo criminoso acusado de desviar dinheiro de contratos públicos na área da saúde no Estado.
Foto: Divulgação SES e Reprodução portal da Transparência