Vereador preso acusado de ‘rachadinha’ recebeu doação de campanha do núcleo de David Almeida e declarou R$ 250 mil em espécie ao TSE

Preso no início de outubro por suspeita de associação criminosa e prática de ‘rachadinha’, o vereador Rosinaldo Bual (Agir) declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na campanha do ano passado, R$ 250 mil em espécie, um carro avaliado em R$ 300 mil e pouco mais de R$ 11 mil em conta bancária. Bual recebeu doação do fundo eleitoral repassada pelo núcleo da campanha do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), que disputava a reeleição. As informações constam no DivulgaCand (sistema de divulgação de candidaturas e contas eleitorais) e são de acesso público.

Na declaração de bens do então candidato, obrigatória para o deferimento da candidatura, não constam imóveis. O valor total declarado ultrapassa meio milhão de reais.

De acordo com o DivulgaCand, uma doação de R$ 480 foi feita em nome de ‘eleição 2024 David Antônio Absai Pereira de Almeida Prefeito’. O valor foi dividido em duas parcelas e usado para adesivagem.

Gastos de campanha e perfil

A campanha de Rosinaldo Bual custou R$ 86,06 mil, valor declarado como despesa e que corresponde a cerca de 10% do teto permitido para a campanha ao cargo de vereador em Manaus, que foi estabelecido pela Justiça Eleitoral em R$ 816,2 mil. O vereador, que se autodeclara quilombola, pardo e não tem ensino superior, também financiou a própria campanha, doando a maior parte da receita: R$ 42,3 mil, ou, 49,22% do total arrecadado.

Prisão

Rosinaldo Bual foi preso em sua residência, em Manaus, no último dia 3, em uma operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público do Amazonas (MPAM), por suspeita de rachadinha, caracterizada pelo repasse de parte dos salários de funcionários (no caso dele, profissionais lotados em seu gabinete na Câmara Municipal de Manaus).

Uma assessora identificada como Luzia Seixas Barbosa, também foi presa na operação. As investigações apontam que mais de 100 pessoas passaram pelo gabinete do parlamentar em um curto período de tempo. Na ocasião da prisão de Bual, a polícia apreendeu cerca de R$ 890 mil em espécie. Outros R$ 2,5 milhões oram bloqueados através da Justiça.

Leia também: Comitê protocola pedido de cassação de vereador de Manaus suspeito de prática de ‘rachadinha’

Apesar de estar preso, Bual continuará recebendo o salário de vereador. O presidente da CMM, vereador David Reis (Avante), já se manifestou no sentido de aguardar a conclusão do inquérito instaurado para investigar Bual, para analisar um pedido de cassação protocolado na CMM, pelo Comitê Amazonas de Combate à Corrupção, e que teve como base a investigação do Gaeco.

A reportagem do Amazônia Plural não conseguiu contato com a defesa do vereador Rosivaldo Bual.

Foto: Divulgação – Câmara Municipal de Manaus

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