O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) abriu investigação para apurar possíveis irregularidades em uma viagem internacional realizada pelo prefeito de Manaus, David Almeida, no Carnaval deste ano, na qual ele esteve acompanhado da primeira-dama, Izabelle Fontenelle.
A representação, apresentada pelo vereador Ubirajara Rosses do Nascimento Junior, aponta que as despesas da viagem ao Caribe teriam sido integralmente custeadas por empresas contratadas pela administração municipal. A Corte de Contas deu o prazo de cinco dias para a Prefeitura “apresentar manifestação e documentação sobre o objeto” da representação.
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De acordo com o documento oficial do TCE-AM, o prefeito teria usufruído de serviços de luxo, incluindo hospedagem em imóvel de alto padrão, deslocamento em jatinho particular e participação em eventos exclusivos. As despesas teriam sido bancadas por fornecedores da Prefeitura de Manaus que mantêm contratos vigentes com a administração municipal, muitos deles firmados sem licitação.
Diante da gravidade das denúncias, o vereador solicitou uma medida cautelar para suspender os pagamentos às empresas envolvidas até a conclusão das investigações. São elas: Murb, Grafisa, Royal Tech e Rio Piorini.
O conselheiro relator do caso, Érico Xavier Desterro e Silva, determinou que a Prefeitura de Manaus apresente, no prazo de cinco dias, informações detalhadas sobre os gastos com a viagem e os contratos das empresas citadas no processo.
O TCE-AM reforçou que as medidas cautelares são concedidas em casos excepcionais, quando há risco iminente de lesão ao erário. O objetivo da investigação é assegurar a transparência na gestão pública e evitar possíveis danos financeiros à cidade. O tribunal destacou que a decisão de conceder ou não a medida cautelar dependerá da análise das informações prestadas pela Prefeitura.
A viagem também é alvo de investigação por parte do Ministério Público do Amazonas (MP-AM).
O prefeito David Almeida ainda não se manifestou publicamente sobre as acusações. O caso segue sob análise do TCE-AM, que poderá determinar punições caso as irregularidades sejam confirmadas.
Foto: Semcom