Entre 2021 e 2023, o número de homicídios de indígenas oficialmente registrados no Brasil somou 632 casos. Já o total estimado, que inclui mortes subnotificadas, chegou a 695 — uma diferença de 9,96%. Os dados são do Atlas da Violência 2025, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com base em informações do Ministério da Saúde.
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Os homicídios registrados são aqueles que constam oficialmente no sistema como ocorrências, tendo como causa básica da morte, conforme a Classificação Internacional de Doenças (CID), agressão ou intervenção legal — categorias tradicionalmente classificadas como homicídio pelo Atlas.
Já os homicídios estimados incluem também mortes violentas que não foram registradas corretamente nas estatísticas, ou seja, subnotificadas. A análise dessas ocorrências foi feita a partir da metodologia “Cerqueira e Lins”, que utiliza microdados de óbitos por causas naturais e violentas, incorporando as estimativas às mortes oficialmente registradas.
Diferença entre registros e estimativas diminui em 2023
Segundo o Atlas, houve uma redução na discrepância entre os homicídios de indígenas registrados no Brasil e os estimados em 2023, em comparação com os anos anteriores:
- 2021: 200 homicídios registrados / 227 estimados (+13,5%)
- 2022: 200 registrados / 234 estimados (+14,14%)
- 2023: 227 registrados / 234 estimados (+3,08%)
Apesar da queda nas subnotificações, os homicídios registrados apresentaram crescimento expressivo no último ano do levantamento: passaram de 205, em 2022, para 227, em 2023 — um aumento de 10,7%. Uma das explicações apontadas é a melhora na notificação dos casos.
Impacto nas taxas de homicídio
As subnotificações também influenciam diretamente na taxa de homicídios entre indígenas no Brasil. Em 2023, a taxa oficial foi de 22,8 por 100 mil habitantes. Quando consideradas as estimativas, esse número sobe para 23,5 — um acréscimo de 3,08%.
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