A Justiça do Amazonas realiza, nesta terça-feira, 3, a segunda audiência de instrução do caso ‘Julieta Hernández’, artista venezuelana morta com requintes de crueldade, em dezembro de 2023, em Presidente Figueiredo, a 105 quilômetros de Manaus. Os réus e as testemunhas serão ouvidos no Fórum Desembargadora Nayde de Vasconcelos, localizado no município onde o crime ocorreu.
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O casal acusado da morte da artista, que tinha 39 anos, Thiago Agles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos, será ouvido por videoconferência, já que está preso em uma unidade prisional da capital, Manaus. Representantes de entidades ligadas aos direitos da mulher, bem como do Ministério das Mulheres, acompanham a audiência.
Serão ouvidas seis testemunhas, além dos acusados. A família e entidades que acompanham o caso pedem a requalificação do crime, que gerou comoção nacional, para feminicídio. O Ministério Público ofereceu denúncia de latrocínio, estupro e ocultação de cadáver .
O advogado da família apresentou petição pedindo que o crime seja redefinido como feminicídio, tendo em vista “o menosprezo e discriminação à condição de mulher da vítima”.
*Morte*
Julieta fazia parte de um coletivo de artistas circenses denominado “Pé Vermêi” e atuava há oito anos, com apresentações pelo Brasil. Ela viajava de bicicleta entre os municípios e havia passado por Manaus. Hernandez seguia para a Venezuela, quando precisou pernoitar em Presidente Figueiredo, onde foi morta.
A crueldade do crime gerou revolta e manifestações no Amazonas, Roraima e em cidades venezuelanas.
Julieta foi estuprada, morta e teve o corpo queimado e enterrado. O desaparecimento ocorreu em 23 de dezembro e o corpo foi encontrado apenas no início de janeiro, após registro de Boletim de Ocorrência , formalizado dia 4, e encaminhado ao Distrito Integrado de Polícia da cidade.
Ele estava em uma área abandonada de Presidente Figueiredo, junto a partes da bicicleta em que a artista viajava.
A Polícia Militar acompanha as manifestações pacíficas que ocorrem fora do Fórum de Presidente Figueiredo.






