Quatro policiais militares serão indiciados por estupro de mulher indígena no interior do Amazonas

Quatro policiais militares do Amazonas serão indiciados pelo crime de estupro contra uma mulher indígena da etnia Tikuna, no município de Santo Antônio do Içá (a 880 km de Manaus), o ocorrido entre 2022 e 2023. De acordo com nota divulgada pela Polícia Militar do Amazonas (PMAM), o Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado para apurar as denúncias está em fase de conclusão e as provas analisadas durante o procedimento apontam para o indiciamento dos agentes.

Além do inquérito, a PMAM também instaurou um procedimento administrativo disciplinar que pode resultar na expulsão dos envolvidos dos quadros da corporação. Segundo a instituição, os policiais estão afastados de atividades operacionais, tiveram as armas funcionais recolhidas e estão desempenhando funções administrativas enquanto aguardam o desfecho das investigações.

O Comando da PMAM manifestou repúdio aos atos denunciados e afirmou que não compactua com condutas que violem os princípios da legalidade.

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada em Crimes contra a Mulher (DECCM), também apura o caso com inquérito próprio e vai colher novos depoimentos antes de encaminhar o procedimento ao Judiciário.

Paralelamente, a Corregedoria-Geral do Sistema de Segurança Pública do Amazonas abriu uma apuração específica para investigar a conduta dos agentes envolvidos.

O caso também é acompanhado pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), que instaurou procedimento criminal para apurar os abusos contra a mulher indígena. Segundo o órgão, a vítima foi atendida em uma unidade de saúde do município e, posteriormente, submetida a exames de corpo de delito.

A indígena foi presa, em 2022, após ir à Delegacia de Santo Antônio do Içá para denunciar que sofria violência doméstica. Na ocasião, ela acabou presa por ter um mandado em aberto em seu nome, sob a acusação de homicídio, crime que ela nega ter cometido.

A indígena ficou presa em uma cela masculina, com seu bebê recém-nascido, acompanhada de outros presos. Ela alega ter sofrido repetidos estupores por parte dos acusados, inclusive, enquanto amamentava o filho.

Entenda o caso: MPAM e Defensoria Pública acompanham caso de indígena vítima de estupros durante custódia em Santo Antônio do Içá

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