“Não podemos fazer gestão das florestas sem a proteção dos defensores”, afirmou o príncipe William durante seu discurso na Cúpula Global Anual da United for Wildlife, realizada na última terça-feira, 4, na zona portuária do Rio de Janeiro. O evento, parte da agenda ambiental do herdeiro do trono britânico no Brasil, marcou o anúncio de uma parceria entre a The Royal Foundation e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).
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Entre os convidados, esteve a ativista indígena do Amazonas Vanda Witoto, diretora do Instituto Witoto, que destacou a importância do apoio direto às comunidades da floresta e reforçou que a chegada de recursos internacionais a essas populações enfrenta obstáculos.
“Hoje, tenho orgulho de anunciar uma nova parceria entre a The Royal Foundation e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), e o Fundo Podaali, o primeiro fundo liderado por indígenas que cobre toda a Amazônia brasileira”, disse o herdeiro do trono britânico.
Segundo o príncipe, a aliança representa um modelo de cooperação baseado no protagonismo dos povos originários. “Essa parceria será guiada por lideranças indígenas, executada por mecanismos indígenas e voltada para os mais vulneráveis. Porque somente trabalhando juntos, protegeremos aqueles que protegem o futuro dos ecossistemas do planeta”, completou William.
O projeto integra a Nature’s Protector Initiative, programa que busca fortalecer a participação de comunidades locais na conservação das florestas, da fauna e do clima. O combate ao tráfico internacional de animais silvestres também está entre as prioridades. “Devemos estar ao lado daqueles que todos os dias se levantam e defendem a natureza. Devemos reconhecer e celebrar esses protetores. Não apenas com palavras, mas, com ações concretas. E devemos agir juntos”, concluir
“Apenas 1% dos recursos ambientais chega às comunidades tradicionais”, alerta Vanda Witoto
A ativista amazonense ressaltou que a ciência já reconhece o papel essencial dos povos tradicionais na preservação dos ecossistemas. Usando uma coroa ancestral, ela lembrou que os indígenas carregam a identidade da floresta e toda a sua diversidade.
Nos bastidores, Vanda Witoto presenteou o príncipe com uma vestimenta produzida por mulheres indígenas que atuam no Instituto Witoto, em Manaus, um gesto simbólico de união entre a tradição amazônica e os esforços internacionais pela conservação da floresta.

Fotos: Instagram / Vanda Witoto






