Presença de facções criminosas avança na Amazônia Legal e já abrange quase 50% dos municípios

O número de cidades com presença de facções criminosas na Amazônia Legal já chega a 344 de um universo de 772 (o equivalente a 44,5%). No comparativo com 2023, quando este número era de178, o aumento foi de 93%. O levantamento é do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e foi divulgado nesta quarta-feira, 19, durante a Conferência das Nações Unidas para Mudança do Clima (COP30), em Belém (PA). Conforme o Fórum, são 17 facções identificadas, sendo o Comando Vermelho (CV) o de maior predominância, seguido do PCC (Primeiro Comando da Capital).

De acordo com o levantamento, no Amazonas, CV e PCC são predominantes e avançaram em cidades como Coari, Iranduba e Tabatinga (este último localizado na tríplice fronteira Brasil, Colômbia e Peru, uma conhecida rota do tráfico de drogas das autoridades).

Entre os noves estados da Amazônia Legal, que inclui o Norte do País, mais parte do Maranhão e do Mato Grosso, o Macapá é o que apresenta maior presença de facções em números. São quatro grupos atuando no Estado. Acre, Roraima e Maranhão têm forte atuação de três desses grupos criminosos.

O levantamento do Fórum Brasileiro também aponta que esses grupos criminosos afetam comunidades ribeirinhas, quilombolas e indígenas, alterando a forma de convívio nessas áreas, que passam a fazer parte da rota do narcotráfico.

Leia também: Movimentos sociais querem criação de secretaria de segurança alimentar no Amazonas

Como na Amazônia, os rios são consideradas estradas fluviais, cidades ribeirinhas e os municípios localizados às margens de rodovias, são estratégicos para a atuação das facções.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o crime organizado contribui para o avanço do desmatamento na Amazônia. Isso porque, a região de floresta sofre com a abertura de pistas clandestinas para o pouso de aeronaves usadas no garimpo ilegal de ouro e no transporte de ouro. Além disso, estradas são abertas em meio à floresta para escoar a madeira fruto da extração ilegal e da atuação de grileiros.

Na COP30, em Belém, capital de um dos estados da Amazônia brasileira, movimentos sociais e indígenas têm colocado como tema central dos debates e manifestações, o combate ao desmatamento ilegal e ao garimpo. Eles pedem a manutenção da floresta em pé, como forma de garantir algo concreto no contexto das mudanças climáticas. A poluição por mercúrio nos rios amazônicos e a demarcação de áreas indígenas para a proteção da floresta tropical e segurança das populações tradicionais também fazem parte da pauta de reivindicações.

Lista de facções presentes na Amazônia:

  • CV (Comando Vermelho)
  • PCC (Primeiro Comando da Capital)
  • Tropa do Castelar
  • Piratas do Solimões
  • BDM (Bonde do Maluco)
  • GDE (Guardiões do Estadu)
  • Tren de Araguá, da Venezuala
  • EMC (Estado-Maior Central), da Colômbia
  • Ex-Farc Acácio Medina, da Colômbia
  • ADE (Amigos do Estado)
  • B40 (Bonde dos 40)
  • PCM (Primeiro Comando do Maranhão)
  • FTA (Família Terror do Amapá)
  • UCA (União Criminosa do Amapá)
  • CCA (Comando Classe A)
  • B13 (Bonde dos 13)
  • Bonde dos 777 (dissidência do CV)

Foto: Canva / Banco de Imagens

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