Uma manifestação do Povo Mura, divulgada nesta segunda-feira, 30, através das redes sociais da Articulação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (Apiam), trouxe à tona o debate sobre representatividade indígena e a realidade atual dos povos originários. Em nota pública, intitulada “Nota de Esclarecimento do Povo Mura da Resistência ao Boi Caprichoso”, a etnia reconhece a homenagem feita pelo boi azul, durante o 58º Festival Folclórico de Parintins, mas alerta: “Nossa luta não é apenas memória. Seguimos vivos e em resistência”.
O posicionamento refere-se à toada “Tocaia”, que exaltou a bravura dos Mura em episódios históricos de enfrentamento e resistência. Embora tenham agradecido a menção e o reconhecimento cultural, os indígenas pedem que sua luta contemporânea também seja evidenciada.
LEIA TAMBÉM: Festa dos Visitantes reúne público recorde em Parintins
“Ao falar da Resistência Mura, que também se reconheça nossa presença atual, nossa luta contínua e nossa voz coletiva diante das ameaças”, diz a nota.

A nota critica, com veemência, a atuação de grandes empresas em território Mura — entre elas, a Eneva, uma das patrocinadoras do festival, e a Potássio do Brasil, acusadas de atuarem sem a devida consulta livre, prévia e informada, conforme prevê a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ratificada pelo Brasil.
O apelo se estende não apenas ao Boi Caprichoso, mas também ao Governo do Amazonas e aos organizadores do festival, para que a visibilidade à cultura indígena não se restrinja ao campo do folclore, mas, se amplie às pautas urgentes dos povos originários.
“Nós não somos passado e folclore. Nós existimos e continuamos nas trincheiras da Resistência”, afirma o povo Mura.
A manifestação reforça a importância de respeitar não apenas a memória dos povos indígenas, mas também suas demandas atuais por território, consulta e sobrevivência digna.
Tema: Uma manifestação do Povo Mura, divulgada nesta segunda-feira, 30, através das redes sociais da Articulação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (Apiam), trouxe à tona o debate sobre representatividade indígena e a realidade atual dos povos originários. Em nota pública, intitulada “Nota de Esclarecimento do Povo Mura da Resistência ao Boi Caprichoso”, a etnia reconhece a homenagem feita pelo boi azul, durante o 58º Festival Folclórico de Parintins, mas alerta: “Nossa luta não é apenas memória. Seguimos vivos e em resistência”.
Foto de destaque: Secom