O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) admitiu uma falha no processo que resultou na condenação de sete réus no caso Djidja e pediu que a ação retorne à primeira instância, após questionamentos da defesa sobre a inclusão tardia de laudos toxicológicos.
LEIA TAMBÉM: Justiça aceita denúncia contra acusados no “Caso Djidja Cardoso”
O MP entendeu que houve cerceamento de defesa, já que os documentos serviram de base para a condenação e emitiu parecer favorável ao retorno do processo à primeira instância, possibilitando que os advogados apresentem suas considerações antes da definição de uma nova sentença.
Apesar de acatar o pedido da defesa quanto à nulidade parcial, o órgão ressaltou que o processo reúne outras provas robustas — como mensagens de celular e depoimentos — que, segundo o MP, demonstram a existência de uma organização criminosa voltada ao tráfico. Dessa forma, caso a nulidade não seja reconhecida, a instituição defende a manutenção das condenações já estabelecidas.
O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) confirmou que os autos estão prontos para julgamento e determinou que seja marcada a data para análise do recurso.
Investigação
As investigações apontaram que a família de Djidja criou um grupo religioso “Pai, Mãe, Vida”, responsável por incentivar o uso indiscriminado de uma droga sintética com efeitos alucinógenos e potencial de dependência. Além de familiares, outras pessoas ligadas ao grupo foram condenadas.
Todos os sete réus envolvidos no caso receberam a mesma pena: 10 anos, 11 meses e 8 dias de prisão por tráfico de drogas e associação para o tráfico. Entre os condenados estão a mãe de Djidja, Cleusimar Cardoso Rodrigues, e o irmão, Ademar Farias Cardoso Neto. Também foram sentenciados José Máximo Silva de Oliveira, dono de uma clínica veterinária suspeita de fornecer cetamina ao grupo, e seu sócio, Sávio Soares Pereira. A lista inclui ainda Hatus Moraes Silveira, coach que se apresentava como personal trainer da família; Verônica da Costa Seixas, gerente de uma rede de salões de beleza da família; e Bruno Roberto da Silva Lima, ex-namorado de Djidja.