A Polícia Federal concluiu o inquérito sobre o episódio que ficou conhecido como “o massacre do rio Abacaxis” , que deixou oito mortos no interior do Amazonas, em 2020. Foram indiciados 13 policiais militares por diversos crimes, entre eles, homicídio qualificado, sequestro e tortura contra indígenas e ribeirinhos. Agora, caberá à Justiça Federal decidir se a denúncia será aceita e se eles se tornarão réus no processo.
As investigações duraram quatro anos e apuraram as mortes ocorridas na região do rio Abacaxis, entre Nova Olinda do Norte e Borba, no Amazonas, durante a operação Lei e Ordem, realizada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) e Polícia Militar do Estado.
De acordo com informações divulgadas pela Rede Amazônica, ps PMs também responderão pelos crimes de cárcere privado, subtração ou ocultação de cadáver, destruição, vilipêndio de cadáver , constituição de milícia privada e fraude processual.
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O secretário de Estado de Segurança Publica, à época, coronel Louismar Bonates, e o comandante da PM no mesmo período, coronel Ayrton Norte, estão entre os indiciados. Os outros 11 policiais são considerados executores, segundo as investigações .
O inquérito, que resultou nos indiciamentos, tem mais de 200 páginas. O superintendente da PF no Amazonas, João Paulo Pimentel, disse que a operação da PM, que resultou nas mortes no rio Abacaxis, não foi planejado, não tinha autorização judicial e não foi feita em acordo com a Polícia Civil do Amazonas.
Destacou, ainda, que Funai e PF, que também deveriam ter participado, no caso de uma operação oficial, já que a área é federal e de preservação ambiental, não estavam presentes nem foram acionadas.
Ainda de acordo com ele, a série de arbitrariedades, como invasão de domicílio e tortura, é demais violações de direitos humanos, ocorreram num contexto de vingança dos PMs, “que haviam perdido policiais militares na região”. O superintendente afirmou que a abordagem foi realizada sem qualquer técnica policial adequada.
*Com informações da Rede Amazônica