Quase 22 milhões de itens, entre medicamentos, vacinas e kits para tratamentos de saúde, estão vencidos em centros de distribuição do Ministério da Saúde (MS), nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, totalizando um desperdício de R$ 244 milhões. A informação foi divulgada nesta terça-feira, 19, via Lei de Acesso à Informação, após a retirada do sigilo dessas informações, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a pedido de parlamentares.
As informações foram reveladas em um momento em que o Brasil enfrenta a falta de diversos medicamentos nas farmácias – incluindo as populares -, como analgésicos, antibióticos, entre outros. No começo de junho deste ano, o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde divulgou um levantamento apontando o desabastecimento de mais de 40 medicamentos, incluindo soro fisiológico, antibióticos, remédios utilizados no tratamento de doenças autoimunes, como lúpus, Guillain-Barré e Crohn.
A divulgação da lista de medicamentos vencidos se deu em edição do Jornal Nacional, da Rede Globo. Segundo a reportagem, entre os medicamentos vencidos, estão antirretrovirais para o tratamento da AIDS, kits para o tratamento do diabetes e vacinas.
As vacinas contra a Covid-19 vencidas, por exemplo, somam 344 mil unidades, que custaram aos cofres públicos, R$ 47 milhões de reais. Além delas, 3,75 milhões de doses de pentavalente, também estão vencidas no estoque.
O MS informou, em nota, que a “existência de itens estocados por longo período após o vencimento é, geralmente, ligada à possibilidade de uso em finalidades científicas ou possibilidade de extensão da data de validade “.