José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai e figura emblemática da esquerda latino-americana, faleceu nesta terça-feira (13), aos 89 anos, após enfrentar um câncer de esôfago que se agravou devido a uma doença autoimune. A informação foi confirmada pelo atual presidente uruguaio, Yamandú Orsi, que destacou o legado de Mujica como “presidente, militante, guia e líder” .
Nascido em Montevidéu em 1935, Mujica iniciou sua militância política nos anos 1960 como integrante do grupo guerrilheiro Tupamaros. Durante a ditadura militar, passou 14 anos preso, muitos deles em condições extremas. Com a redemocratização, ingressou na Frente Ampla, sendo eleito deputado, senador e ministro da Agricultura antes de assumir a presidência entre 2010 e 2015 .
Seu governo foi marcado por políticas progressistas, como a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, do aborto e da maconha, além de avanços em energias renováveis. Mujica ganhou reconhecimento internacional por seu estilo de vida austero, residindo em uma chácara simples e doando grande parte de seu salário presidencial para causas sociais .
Mesmo após deixar o cargo, permaneceu ativo na política até 2020, apoiando candidatos de sua coalizão e participando de campanhas. Em 2024, mesmo debilitado pela doença, contribuiu para a eleição de Yamandú Orsi, a quem considerava seu sucessor político .
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Mujica faleceu em sua residência rural nos arredores de Montevidéu, conforme seu desejo de passar os últimos dias em casa. Em uma de suas últimas entrevistas, afirmou: “O guerreiro tem direito ao descanso” .
Sua trajetória como guerrilheiro, presidente e defensor incansável da justiça social deixa um legado de coerência, simplicidade e compromisso com os mais vulneráveis.
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