Uma nova história em quadrinhos produzida no Amazonas lança luz sobre um episódio praticamente apagado da memória nacional: a batalha ocorrida em Itacoatiara, município a 270 quilômetros de Manaus, durante a Revolução Constitucionalista de 1932.
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Com roteiro de Emerson Medina e arte de Romahs, a obra publicada pelo Black Eye Estúdio recria, em imagens impactantes, um confronto naval que levou a guerra civil brasileira para o coração da Amazônia. O projeto conta ainda com a participação de Beatriz Mascarenhas (revisão), Thais Mannala (edição) e Tieê Santos (arte-final).
Nos anos 1930, o movimento liderado por Getúlio Vargas rompeu com a política do “café com leite” e prometeu ao país uma nova constituinte e eleições democráticas — promessa que acabou não sendo cumprida. A insatisfação popular, sobretudo em São Paulo, com a nomeação de interventores federais desencadeou o levante armado contra Vargas.
No Norte do país, a revolta iniciou em Óbidos (PA) e avançou até o Amazonas. É nesse contexto que a HQ traz à tona o pouco conhecido episódio amazônico, revelando como Itacoatiara foi palco de um embate naval épico entre tropas governistas e revoltosas, narrado em ritmo cinematográfico.
O prefácio da obra é assinado por Gonçalo Junior, jornalista, escritor e pesquisador nas áreas de cinema, imprensa, música e histórias em quadrinhos.
“Mais do que contar uma história esquecida, buscamos mostrar a importância da Amazônia em um momento-chave da formação política do Brasil. A Batalha de Itacoatiara demonstra que o movimento de 1932 não foi restrito ao Sudeste, mas teve reverberações nacionais, atingindo também nossa região”, afirma Raphael Russo, historiador e membro do Black Eye Estúdio.
O projeto foi contemplado pela Lei Paulo Gustavo, do Governo Federal, e promovido por edital da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Amazonas (SEC), por meio do Fundo Estadual de Cultura e Conec, do Governo do Amazonas.
A graphic novel tem lançamento previsto para novembro, em Manaus, em um evento cultural a ser realizado na tradicional Banca do Largo.
