Manaus voltou a ser encoberta por fumaça derivada de queimadas florestais, nesta terça-feira, 13/08, e a qualidade do ar já é a segunda pior do País, segundo o ranking estabelecido pela organização global aqicn.org . De acordo com a plataforma, que avalia a poluição do ar em mais de 100 países, a capital Manauara apresenta um índice de poluição 164, considerado ‘insalubre’, dentro da classificação utilizada. Em novembro de 2023, fenômeno similar atingiu a capital, colocando-a no topo do ranking das cidades com a pior qualidade do ar no mundo.
É o terceiro dia seguido de fumaça densa sobre Manaus. No ranking global, a capital amazonense só perde para Humaitá, também no Amazonas, que obteve o pior índice do País, de 170. As duas cidades e outras cinco (todas na Amazônia), ocupam a lista das localidades com o ar mais poluído do Brasil. Na classificação de cores, elas aparecem em vermelho, que significa: “todos podem começar a sentir efeitos na saúde; membros de grupos sensíveis podem sofrer efeitos mais graves para a saúde”.
A classificação é composta por seis cores, indo de verde a magenta, sendo a primeira representando uma qualidade boa do ar e a última, perigosa, especialmente para a saúde. Impulsionado pelos índices de poluição na Amazônia, o Brasil aparece no ranking global com a sexta pior qualidade do ar. O país registrou um índice de poluição de 138, abaixo do de Manaus e de Humaitá.
A poluição no Brasil foi destaque na plataforma e considerada insalubre, com riscos à saúde.
Queimadas
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, mostram um aumento de 138% no volume de queimadas no Amazonas, entre 1 de janeiro e 12 de agosto. Foram registradas no período 8.494 ocorrências contra 3.558 no mesmo período do ano anterior.
Na Amazônia, o percentual de aumento nos focos de queimadas foi de 104%, chegando a 36.467 ocorrências no período contra 17.798 no ano anterior. Foi o maior volume desde 2005, segundo a Tabela Anual Comparativa de Biomas do Brasil.
Combate às queimadas
O governador Wilson Lima entregou, na última segunda-feira (12/08), ao Corpo de Bombeiros do Amazonas (CBMAM), 15 novas viaturas que vão fortalecer o trabalho da corporação. Entre os veículos entregues estão quatro viaturas de combate a incêndio, que serão empregadas nas operações na região metropolitana de Manaus e no sul do estado, áreas que registram os maiores índices de queimadas.
Wilson Lima destacou a importância da renovação da frota, mencionando que desde 2019 o estado vem investindo na modernização dos equipamentos de segurança. “Nós estamos renovando quase que 100% da frota do Corpo de Bombeiros. Isso dá uma capacidade de resposta muito mais rápida, uma eficiência maior ao Corpo de Bombeiros, especialmente nesse momento em que nós começamos a viver uma outra realidade climática”, afirmou o governador.
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O comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Alexandre Freitas, ressaltou que as ações estratégicas serão ampliadas com os novos equipamentos.
“A gente consegue avançar na questão estratégica, melhorar nossa posição no terreno e atuar com mais eficiência no interior do estado. As viaturas que estamos recebendo hoje, estão com rádio equipado para a ligação 193, e as viaturas que temos na capital, podemos também atender na região metropolitana”, explicou.
Também foram entregues 11 novas ambulâncias, que serão integradas ao Grupamento de Resgate e Atendimento Pré-Hospitalar (Graph), reforçando as operações de socorro em situações de emergência que demandam atendimento imediato e especializado. Uma lancha também foi entregue e já foi utilizada para atuar no incêndio de uma embarcação no último mês, nas proximidades da capital.
Os recursos entregues pelo governador fazem parte de um investimento de mais de R$ 30 milhões do Estado e Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), para fortalecer as polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros.
Outras ações
Desde o dia 3 de junho, o Estado tem intensificado o combate aos incêndios por meio das Operações Aceiro e Céu Limpo. O objetivo é mitigar os impactos do fogo, que se agrava durante a seca.
Contando com a participação de mais de 300 homens, incluindo bombeiros, brigadistas e membros da Força Nacional, as operações estão ocorrendo em todo o estado. Até o momento, mais de 6 mil focos de incêndio foram combatidos, evitando que o fogo se alastrasse e causasse danos à vegetação, fauna e às comunidades locais.
O governador Wilson Lima lidera ainda uma série de ações para mitigar os impactos da seca no Amazonas, implementando medidas como o abastecimento de água potável, fornecimento de insumos e medicamentos, apoio à produção rural e logística para a manutenção da rede estadual de educação.
Inicialmente, 20 cidades que estão em Situação de Emergência decretada, começam a receber nos próximos dias ajuda humanitária com a entrega de itens como cestas básicas e caixas d’água, além da instalação de purificadores de água e estações de tratamento móvel.
