Encontro de Estudo sobre Mulheres da Floresta acontece até sexta em Manaus

O 8º Encontro de Estudo sobre Mulheres da Floresta (Emflor) acontece até nesta sexta-feira, dia 6 de dezembro, das 9h às 19h, com a proposta de trazer à tona e questionar realidades impostas na sociedade sobre as mulheres, a partir da questão de gênero, equidade e economia feminista. O evento está sendo realizado com entrada gratuita no Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS), localizado na Universidade Federal do Amazonas, localizado no bairro Coroado I.

Um dos destaques da programação foi a realização de minicursos que abordam a relação entre mulher-natureza e a desvalorização do trabalho feminino. Adson Manoel Bulhões, tutor educacional do Instituto Federal do Amazonas (IFAM), foi um dos responsáveis por abordar a temática do ecofeminismo a partir de tópicos como alma feminina, maternidade, imaginário amazônico, tradições culturais, patriarcado e matriarcado. Segundo ele, o ecofeminismo trata sobre a essência entre a mulher-natureza.

      “Essas mulheres são líderes [de comunidades tradicionais] não somente por causas sociais, mas também porque possuem uma relação com a natureza, que defendem o seu território, o solo, o rio como uma entidade materna”, comentou Adson, que é Dr. em Sociedade e Cultura da Amazônia.

      Em sua avaliação, o evento também foi de grande valia para dividir conhecimentos e realidades de comunidades tradicionais da Amazônia profunda, através de produtos e pesquisas científicas feitas no âmbito acadêmico.

      “Eventos como esse servem para abrir os olhos da sociedade, mostrando o que está acontecendo. Nós temos locais, como a Amazônia, em que a floresta tomba, queima todos os dias. Nossos povos, rios e terras, todos os dias, estão sofrendo agressões em prol de um ‘progresso’ destruidor que separa os povos”, complementa.

      Elisiane Sousa de Andrade, professora da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), foi quem palestrou sobre “Economia Feminista”, na qual evidenciou a desvalorização trabalhista em uma sociedade que visa apenas o lucro.

“Esse é um conceito que está dentro de uma perspectiva de gênero. Ou seja, uma forma de contrapor, de criticar essa economia tradicional que não considera o trabalho das mulheres, sobretudo o trabalho reprodutivo, que acontece dentro do espaço doméstico, nem o do cuidar, de cozinhar, de cuidar dos filhos. Esses não são considerados pela economia tradicional como ‘trabalho’, porque ele não gera lucro. Mas na verdade, é o trabalho da mulher que move a economia, pois está em todos os espaços”, afirma Elisiane.

“Nós precisamos de uma sociedade que seja pautada na sustentabilidade da vida, em que não vemos uma sociedade desigual. Então, temos que pensar em um parâmetro que dê condições para que todas as pessoas tenham os mesmos direitos e condições dignas de vida”, complementa Elisiane.

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Quem conferiu a segunda palestra foi Gilmar Maia de Souza, aluna do programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA/SEMED). “A mulher é a dona do ouro. Ela faz tudo, mas não tem seu reconhecimento de direito. A parte que eu mais gostei foi do empreendedorismo que nos leva a ter liberdade, a conquista de vender o que desejarmos. Então, nos libertamos do trabalho de casa que não somos reconhecidas e mostramos que somos capazes de fazer qualquer coisa”, declarou a estudante.

      O 8º Emflor segue nesta sexta-feira, dia 6 de dezembro. A programação é gratuita e terá mesas redondas, painel interdisciplinar, rodas de conversa e apresentação de trabalhos científicos. Todos os assuntos vão ser ministrados por especialistas com bagagem teórica e prática.

Mais sobre o Emflor

O Encontro de Estudo sobre Mulheres da Floresta (Emflor) é promovido pela UFAM e o Grupo de Estudo, Pesquisa e Observatório Social: Gênero, Política e Poder (Gepos), que é vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Serviço Social (PPGSS) e ao Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA), ambos da Universidade Federal do Amazonas.

Além disso, tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e congrega conferencistas, palestrantes e coordenadores de Grupos de Trabalhos (GTs) ligados a entidade públicas ou privadas, localizadas em Manaus, Parintins e Tefé, e nos estados de Roraima e Maranhão.

*Com informações da assessoria

Foto: divulgação

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