Com COP30 no radar, Manaus reduz investimentos em meio ambiente em 2025


Prefeitura aplicou R$ 1,5 milhão a menos na área de meio ambiente, em comparação com 2024

Em pleno ano da COP30, que será realizada em novembro no Brasil, a Prefeitura de Manaus reduziu em 17,22% os investimentos na área de meio ambiente. Os dados são da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), que executa a política ambiental do município.

De acordo com informações do portal da Transparência, da Prefeitura de Manaus, entre janeiro e abril de 2025, a prefeitura aplicou R$ 5,02 milhões na Semmas. No mesmo período do ano passado, os pagamentos efetivados somaram R$ 6,07 milhões — uma diferença de cerca de R$ 1,5 milhão.

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Os dados correspondem às despesas já realizadas e efetivamente pagas e incluem gastos com manutenção da secretaria, como folha de pagamento, previdência, serviços de segurança , conservação e limpeza, entre outros.

*Redução em ano estratégico para o Brasil*

A queda nos investimentos ocorre justamente no ano em que o Brasil sedia a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontece em novembro, em Belém (PA). O evento reunirá chefes de Estado, especialistas e representantes da sociedade civil de todo o mundo para discutir estratégias de enfrentamento à crise climática.

Manaus, por estar situada no coração da Amazônia, tem papel estratégico nesse debate. No entanto, a redução de recursos na área ambiental contrasta com a expectativa de maior protagonismo das cidades amazônicas na agenda climática global.

A administração de Almeida tem sido criticada por cortes orçamentários em ações de combate às queimadas. As Leis Orçamentárias Anuais de 2022, 2023 e 2024 não destinaram verbas específicas para prevenção e controle de incêndios florestais, mesmo com a cidade enfrentando episódios de queimadas em áreas protegidas, como o Refúgio da Vida Silvestre Sauium-Castanheiras . Além disso, a prefeitura iniciou a construção da nova sede da Secretaria Municipal de Meio Ambiente no Parque dos Bilhares, uma das poucas áreas verdes urbanas de Manaus, o que implicou na derrubada de mais de 130 árvores nativas. 

A obra prosseguiu mesmo após recomendações contrárias do Ministério Público e autuações por parte do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), gerando protestos da população e de organizações ambientais . 

*Críticas e ausência de políticas públicas efetivas*

A queda nos investimentos não é o único ponto de atenção. A gestão ambiental da Prefeitura de Manaus vem sendo alvo de críticas e questionamentos.

Em novembro de 2023, o então vereador William Alemão (Cidadania) criticou a falta de prioridade para a área ambiental no orçamento municipal, afirmando que “sem planejamento, não há política pública que se sustente”. Ele ressaltou ainda a importância de ações para prevenção de queimadas e recuperação de áreas verdes degradadas.

Além disso, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente foi condenada pela Justiça, em outubro de 2023, a recuperar o Lago do Parque São Pedro e retirar ocupações irregulares no entorno da área de preservação permanente. A decisão judicial determinou também a apresentação de um cronograma físico e financeiro para a restauração da região afetada.

O Amazônia Plural solicitou informações à Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Comunicação, Semcom, sobre a redução e as políticas publicas desenvolvidas na área de meio ambiente, atualmente, mas, não obteve retorno até o fechamento da matéria .

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