Caso Santa Júlia: familiares cobram responsabilização por morte de Benício e pedem ação do CRM-AM

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Familiares e amigos de Benício Xavier, 6, morto no último dia 23 no Hospital Santa Júlia, em Manaus, realizaram, nesta segunda-feira (1º), uma manifestação simbólica em frente ao Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM), na zona Centro-Sul da capital. O grupo pede a responsabilização da médica Juliana Brasil, que prescreveu, de forma equivocada, a aplicação intravenosa de adrenalina na criança, que apresentava tosse seca e quadro sugestivo de laringite.

A família acredita que esse e outros erros envolvendo a unidade privada levaram à morte do menino, incluindo a alta dosagem da medicação, a ausência de um farmacêutico no setor do hospital e o fato de a médica não possuir titulação em pediatria.

Os manifestantes ocuparam a entrada do CRM com faixas e camisetas pedindo “Justiça por Benício”. “Nossos amigos organizaram a manifestação, porque nós mesmos, não temos condições de nada. Estamos sobrevivendo e só estamos de pé para lutar pelo Benício”, disse a mãe do menino, Joyce Xavier.

O vice-presidente do CRM-AM, José Carlos Esteves, informou durante o ato que a entidade vai instaurar um procedimento interno para apurar a conduta da médica, desde o início do atendimento até o horário em que o óbito foi confirmado, por volta das 3h da madrugada. Na semana passada, o Conselho já havia anunciado que abriria investigação, que pode envolver grave infração ética.

Benício morreu após sofrer seis paradas cardiorrespiratórias. O relatório da UTI Pediátrica do Hospital Santa Júlia aponta que o quadro foi provocado pela adrenalina, medicamento que atua no sistema nervoso e que deveria ter sido administrado de forma oral, por inalação. Além das três doses de adrenalina, a médica prescreveu lavagem nasal, xarope e soro.

Troca de mensagens confirma erro

Capturas de tela de mensagens enviadas pela médica a outro profissional mostram o desespero de Juliana Brasil, que admite ter prescrito o medicamento de forma errada. Ela e uma técnica do hospital foram ouvidas pela Polícia Civil na última sexta-feira (28). Como os depoimentos apresentam divergências, a polícia fará uma acareação entre as duas. Pela legislação brasileira, cabe exclusivamente ao médico o diagnóstico e a prescrição de medicamentos.

Leia também: Caso Santa Júlia: médica admite em mensagens ter errado prescrição que antecedeu a morte de Benício

A Polícia Civil solicitou a prisão preventiva de Juliana Brasil, entendendo que ela representaria risco à sociedade caso voltasse a atuar antes da conclusão das investigações. O pedido foi negado após a defesa obter um habeas corpus preventivo. A polícia trabalha com a hipótese de homicídio doloso, tese que será contestada pela defesa da médica.

O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) pediu a suspensão do direito de atender da profissional.

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