Os nove estados brasileiros que compõem a Amazônia Legal concentraram, juntos, 18,2% dos homicídios registrados no Brasil, em 2023, de acordo com o Atlas da Violência 2025, relatório divulgado na última segunda-feira, 12, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base em dados do Ministério da Saúde.
Dos 49.502 homicídios contabilizados no país, em 2023, 9.042 ocorreram na Amazônia Legal, composta pelos seguintes estados: Acre, Amapá, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Amazonas.

O Pará, que será sede da COP30 em novembro deste ano, foi o estado com o maior número de homicídios na região, registrando 2.620 mortes dessa natureza, o que corresponde a 28,9% do total de homicídios na área.
O relatório também indica uma redução no número de homicídios na Amazônia Legal em relação ao ano anterior. Em 2022, foram registrados 52.391 homicídios, enquanto que em 2023, o número caiu para 49.502 – uma queda de 5,5%, o que representa 2.889 mortes a menos.
Taxas de homicídio para cada 100 mil habitantes
De acordo com o Atlas, o Amapá teve a maior taxa de homicídios estimada para cada 100 mil habitantes, entre as 27 unidades federativas: 57,7. O número é 150% maior que a taxa brasileira, que em 2023, ficou em 23, considerando a mesma proporção.
A menor taxa foi registrada em Santa Catarina: 9, ou, 155% menor que a média brasileira.

Feminicídios
O relatório também chama a atenção para os feminicídios, com destaque para a região amazônica, com taxa de 10,4 mortes para cada 100 mil mulheres em Roraima e 5,9 para a mesma proporção, no Amazonas e em Rondônia.
Em Roraima, das 31 vítimas, 12 eram indígenas e 15, pardas. No Amazonas, 3 eram indígenas e 104, pardas, de um total de 122 vítimas.
Sobre o Atlas
O Atlas da Violência 2025 retratou a violência no Brasil, a partir de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde.
O relatório faz uma análise sobre a prevalência de homicídios nas Unidades Federativas considerando registros oficiais classificados como homicídio (mortes ocasionadas por agressões ou por intervenção legal) e a parcela dos homicídios ocultos estimada.
Foto: Canva / Banco de Imagens