A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, anunciou há poucos minutos que a Alemanha destinará 1 bilhão de euros ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF). Segundo ela, o aporte reflete “todo o esforço que vem sendo feito e é uma demonstração de que, de fato, esse instrumento de financiamento global é muito bem desenhado e estruturado e que já começa a dar as respostas”.
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A declaração foi dada em entrevista coletiva na COP30 (Conferência das Nações Unidas para Mudança do Clima), em Belém, capital do Pará, um dos estados da Amazônia Brasileira. Estiveram na ocasião o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da conferência, embaixador André Corrêa do Lago, além da primeira-dama do Brasil, Janja da Silva. O anúncio ocorre um dia após viralizar nas redes sociais e na imprensa internacional a declaração do chanceler alemão Friedrich Merz sobre a capital paraense, considerada por críticos como xenofóbica.
Marina também informou que o presidente Lula entregou ao secretário-geral da ONU, António Guterres, a ratificação da carta elaborada pelo Brasil sobre o acordo de diversidade biológica marinha em áreas além da jurisdição nacional. “É uma conquista muito grande do presidente, antes de ir para a COP dos Oceanos (COP31 – Antália, Turquia e Austrália)”, afirmou.
Na tarde desta quarta-feira, 19, Marina, Lula, Corrêa do Lago e outros ministros brasileiros se reuniram com um grupo de negociadores para discutir adaptação, mitigação e transição energética justa. “Conversamos com diversos grupos e foi tudo bem. Obviamente que tem as complexidades, mas o presidente sempre apresentando caminhos e maneiras de caminhar, entregando a responsabilidade para todos nós, particularmente para a nossa competente diplomacia”, disse a ministra.
Ao comentar os Mapas do Caminho, proposta do Ministério do Meio Ambiente para reverter o desmatamento e reduzir progressivamente a dependência de combustíveis fósseis em países desenvolvidos e em desenvolvimento, Marina afirmou que o tema tem gerado debates na sociedade e na comunidade científica.
“Tenho certeza que tivemos boas respostas. Não respostas definitivas, mas respostas processuais de que o Mapa do Caminho é a possibilidade de que países desenvolvidos e em desenvolvimento possam estabelecer suas trajetórias da melhor forma possível para fazer a transição (energética justa), para sair da dependência de combustível fóssil e para frear o desmatamento”, declarou.
Segundo a ministra, o mecanismo busca criar uma linguagem comum que respeite as necessidades de países em desenvolvimento e, ao mesmo tempo, aumente as responsabilidades das nações que mais poluem e dispõem de tecnologias e recursos financeiros para enfrentar a crise climática.
“Todos estaremos nessa equação, buscando as melhores formas de caminhar. Ninguém tem uma resposta pronta e acabada. Ninguém quer impor nada a ninguém. Mas eu tenho certeza que temos ainda muito chão pela frente para estabelecer consensos”, afirmou. “Eu acredito no consenso progressivo, onde todos temos a intenção de dar o nosso melhor pelo clima, pela dignidade dos mais vulneráveis, porque é sempre a ética que dá as respostas técnicas para os grandes desafios que temos”, concluiu Marina Silva.
Foto: Frame Canal Gov






