Aliado do prefeito de Manaus e candidato à reeleição, David Almeida (Avante), o senador Eduardo Braga (MDB) foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A informação foi divulgada pelo UOL.
Além de Braga, que é líder do MDB no Senado, Rena Calheiros e Romero Jucá, senador e ex-senador, respectivamente, do mesmo partido, também foram indiciados.
Eduardo Braga é considerado um dos maiores apoiadores da gestão de David Almeida, ao lado do senador Omar Aziz (PSD).
De acordo com reportagem do UOL, Eduardo Braga e os demais indiciados são acusados de, em troca de pagamentos de propina, atuarem para favorecer no Congresso Nacional o antigo grupo Hypermarcas, atual Hypera Pharma, do ramo farmacêutico.
Após seis anos de tramitação, o relatório final do inquérito foi enviado pela Polícia Federal no mês passado ao Supremo Tribunal Federal (STF), sob sigilo. O relator do processo, ministro Edson Fachin, encaminhou o material à Procuradoria-Geral da República (PRF). A equipe do procurador-geral, Paulo Gonet, está analisando o material para decidir se apresenta denúncia contra os senadores.
A reportagem citou que o relatório final do inquérito diz que a antiga Hypermarcas pagou cerca de R$ 20 milhões para os senadores, por intermédio do empresário Milton Lyra, também indiciado, que foi apontado pela PF como lobista intermediário do MDB.
Em contrapartida, os senadores teriam atuado em favor da Hypermarcas em um projeto de lei que tramitou no Senado nos anos de 2014 e 2015 sobre incentivos fiscais a empresas. A PF ainda aponta que o senador Renan indicou um nome para a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com o objetivo de auxiliar nos interesses do grupo empresarial dentro da agência.
O inquérito é um desdobramento da Operação Lava Jato e havia sido aberto em 2018, a partir da delação premiada de Nelson Mello, à época um dos diretores da antiga Hypermarcas. Ele admitiu que firmou contratos fictícios com empresas indicadas por Milton Lyra, sem prestação de serviços, com o objetivo de repassar os valores aos políticos.
Apoio
Além de Eduardo Braga, David conta o apoio irrestrito do senador Omar Aziz (PSD). O prefeito disse em 2020, 2021 e 2022, que iria apagar os “caciques políticos da história do Amazonas”. Mas, em 2023, David se rendeu aos “velhos caciques” Eduardo Braga e Omar Aziz.
Em 2020, em entrevista à Folha de São Paulo, durante as eleições para a Prefeitura de Manaus, onde enfrentava o ex-governador Amazonino Mendes, David afirmou que “a cortina da história política do Amazonas se fecha para uma geração chamada caciques, que já tiveram todas as oportunidades de mudar o estado e a cidade de Manaus e não o fizeram”.
Já em outubro de 2021, mais uma vez David Almeida relembrou que seguiria “aposentando os caciques”. “Nós vamos continuar fechando a cortina da história para uma geração que já teve tempo, dinheiro e apoio político para mudar esse estado. E não mudou”, disse David.
Leia a reportagem aqui: https://noticias.uol.com.br/colunas/aguirre-talento/2024/09/20/pf-indicia-senadores-eduardo-braga-e-renan-calheiros-do-mdb-por-corrupcao.htm .