Denúncias feitas por pessoas aliciadas por uma seita, denominada Pai, Mãe, Vida, e que utilizava o uso da Cetamina (droga cuja venda é proibida sem receita médica), com a promessa de alcançar a plenitude espiritual, motivaram a Polícia Civil do Amazonas, a dar início à investigação, que levou à prisão de familiares e pessoas próximas à Djidja Cardoson, ex-sinhazinha do Boi Garantido, morta na última semana. A morte, segundo autoridades policiais, pode ter ocorrido a partir do uso do medicamento, indicado para procedimemntos veterinários em animais de grande prote e utilizado, com menor frequência, por médicos anestesistas em humanos.
Djidja foi encontrada sem vida, no último dia 28, aos 32 anos. Na mesma semana, a Polícia Civil deflagrou uma operação, baseada em investigação que durou cerca de 40 dias, e que resultou na prisão da mãe e do irmão de Djidja, Cleusimar e Ademar Cardoso, respectivamente, além de três funcionários da rede de salões de beleza da qual Djidja era sócia.
As investigações apontam que a droga era distribuída através da rede de estética e fornecida por uma clínica veterinária de Manaus, que está sob investigação e cujo proprietário prestaria depoimento à Polícia, nesta segunda-feira, 3.
A clínica também foi alvo da operação Mandrágora. Durante a abordagem, a Polícia apreendeu medicamentos, computadores, entre outros itens no local. Djidja também era investigada como possível membro da seita.
Uma das vítimas da Pai, Mãe, Vida, e que teve a identidade preservada, informou a uma emissora de TV local, que foi orientada a usar a droga, meditar e a ouvir “as cartas”. A promessa era de cura de quadro de ansiedade e depressão. A vítima disse, ainda, que após começar a usar a Cetamina, passou a ficar paranóica. Segundo especialistas, a droga tem efeito alucinógeno e é considerada altamente viciante.
A defesa da família da Djidja e das funcionárias da rede de salões de belezane nega a existência da seita e a realização de rituais com o uso de drogas. A defesa diz que a mãe e o irmão da ex-sinhazinha são dependentes químicos. Apesar disso, afirma a importância da investigação policial para levar “aos verdadeiros traficantes”. A defesa atua, agora, no sentido de pedir a internação dos clientes para o tratamento da dependência, sob a alegação de que eles sofrem com crises de abstinência na prisão.