O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) manifestou repúdio aos ataques denominados pelo presidente da Corte, Flávio Pascarelli, como “misóginos, covardes e machistas”, dirigidos recentemente à ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, pelo ex-deputado Roberto Jefferson, no exercício de seu cargo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo a nota, a investida gratuita contra a ministra é inaceitável, “sobretudo numa sociedade democrática, tratando-se de uma conduta claramente discriminatória, com objetivos de intimidação e envoltos em um discurso vil que atingem, ainda, a condição da mulher. Além disso, o respeito à missão da Magistratura é condição fundamental para a preservação do Estado Constitucional e Democrático do Direito”.
A nota, assinada pelo magistrado, destaca que o “TJAM manifesta irrestrita solidariedade à Ministra Cármen Lúcia diante do recente ocorrido, reiterando a confiança no seu extremo rigor técnico. A Ministra é uma magistrada que, reconhecidamente, tem se pautado pelo equilíbrio, responsabilidade e senso de justiça”.
O texto foi publicado no portal do Tribunal de Justiça. No último dia 21, Roberto Jefferson xingou a ministra Carmem Lúcia sob o pretexto de censura à Jovem Pan. Ele chegou a chamar a ministra de prostituta nas redes sociais, mesmo impedido de utilizar o ambiente online por medida cautelar. Jefferson cumpria prisão domiciliar. Ele foi detido em 2021, após publicar vídeos de cunho antidemocrático na Internet e foi acusado os poderes da República.
Apoiador do presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, Jefferson atirou em agentes da Polícia Federal, no último domingo, 23, ferindo duas pessoas. Ele foi preso após oito horas de negociações.
*FOTO: DIVULGAÇÃO STF